Notícias da Segurança Privada

Ameaças e oportunidades no segmento de Portaria

Ameaças e oportunidades no segmento de Portaria


Os pontos que influenciam a prestação de serviços em Portaria

 

Um dos pontos mais importantes para um prestador de serviços, independentemente do seu ramo de atividade, é a leitura do mercado, ou seja, quais fatores estão influenciando ou vão influenciar o segmento, como por exemplo: concorrência, políticas governamentais e conjuntura econômica. A boa interpretação dos sinais do mercado possibilita que o prestador de serviços adote uma postura pró-ativa, adequando-se a uma nova realidade, ganhando eficiência e muitas vezes, transformando ameaças em oportunidades.
 
O ramo de Portaria e Controle de Acesso, como a grande maioria dos segmentos de prestação de serviços, está em plena expansão. A demanda que outrora pertencia a empresas e indústrias hoje é capitaneada pelos condomínios residenciais. 
 
Para muitos, a interpretação dos dados do mercado foi traiçoeira, pois a forte demanda não se converteu na oportunidade de crescimento há tanto aguardada, mas ao contrário, mostrou-se uma ameaça à rentabilidade das empresas, a continuidade dos contratos, a perda de eficiência e qualidade na prestação de serviços, e principalmente, a elevadíssima rotatividade, maior queixa dos contratantes.
 
O responsável por essa situação é um tripé de fatores, cujas bases são formadas pela falta de mão de obra qualificada, falta de treinamento e pela baixa remuneração.
 
Falta de mão de obra qualificada: outros setores da economia também estão aquecidos, como é o caso da indústria e do comércio. Para o segmento de Portaria e Controle de Acesso, o maior “rival” na disputa por trabalhadores foi a construção civil, que absorveu uma expressiva fatia da mão de obra do nosso segmento, através de vantagens competitivas, como uma escala de trabalho reduzida, e consequentemente mais atrativa, e a possibilidade de ascensão dentro da profissão, similar a um plano de carreira.     
 
Falta de treinamento: Diferente do segmento de segurança que tem o seu profissional, vigilante, valorizado e preparado através de atividade reconhecida, o ramo de Portaria e Controle de Acesso não tem uma normativa ou regulamentação exigindo treinamento mínimo para exercício da profissão. Fica a critério de cada empresa ministrar ou não treinamentos de formação e reciclagem para habilitar Porteiros e Controladores de Acesso a desempenhar corretamente suas tarefas, o que muitas vezes não acontece.   
 
Remuneração abaixo de outros setores: A defasagem na remuneração dos profissionais é latente. O dissídio da categoria em vigor para o ano de 2011 prevê o salário base de R$ 728,74 (Siemaco), abaixo de inúmeros outros setores. Para exemplificar: no setor de construção civil a remuneração de um servente de pedreiro e de outros trabalhadores não qualificados é de R$ 829,40 (Sintraconsp). No ramo de hotéis e restaurantes, o salário base sem o reajuste de 2011 é de R$ 733,87 (Abrasel SP), acrescido de gorjetas. Nesse cenário, duas situações ocorrem. Primeira: os bons profissionais, habilitados a exercer a função não permanecem por muito tempo, pois usam o emprego como um trampolim enquanto procuram uma oportunidade melhor. Segunda: muitas vezes o profissional disposto a trabalhar não atende os quesitos mínimos, gerando a insatisfação do cliente.
 
Somado ao tripé acima temos a implantação das novas escalas e jornadas previstas no “Programa Jornada Legal”. A adequação a nova regulamentação exigiu do mercado a contratação de mais 25% do total de Porteiros e Controladores de Acesso, ou seja, o que já era escasso ficou ainda mais raro. Para mais informações sobre o “Programa Jornada Legal”, clique aqui:   http://www.muralha.com.br/visualizar_noticia.asp?n=4   
 
As empresas que fizeram sua lição de casa, interpretando as informações acima, já adotaram há algum tempo medidas para minimizar esses impactos, como por exemplo, a ampliação e diversificação dos meios de recrutamento e seleção, a implantação de programas de capacitação profissional que funcionem na prática, e não somente na teoria, a adoção de remunerações acima do mínimo estipulado na CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) e a ampliação da política de benefícios.
 
É preciso estar atendo às informações acima, sem as quais o processo de terceirização fica prejudicado, tendendo ao ponto da inviabilidade. Sem a adoção dessas medidas, a rotatividade é tida como certa, assim como a insatisfação do cliente e o desgaste natural com o prestador de serviços. A escolha de uma empresa terceirizada séria e pró-ativa, em sintonia com a atual realidade do mercado é determinante para uma implantação tranquila, e mais importante, para a manutenção da qualidade do serviço e satisfação do cliente.

Gabriel Tinoco

DSE, ASE, CES, Administrador de empresas pela PUC-SP. Pós-graduado em planejamento e controle empresarial pela FAAP-SP. Pós-graduado em gestão estratégica em segurança empresarial pela Universidade Anhembi Morumbi. MBA em Direção Empresarial pela Universidade Pontifícia Comillas de Madrid – Espanha. Formado na 1ª turma do curso de gestão e controle da segurança privada pela Fundação Brasileira de Ciências Policiais da Polícia Federal. Master em PNL. Certificado de especialista em segurança pela ABSO e pela ABSEG. Sócio Administrador do Grupo Muralha.

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